Eleições 2015

Não, não estou ficando maluco. Eleições no Haiti. Neste fim-de-semana a loucura tomará conta do país. Haverá eleições para o congresso e para presidente. E, saca só: são 52 candidatos! Sim, cortaram dois. Acharam demais.
A coisa aqui é séria. Há um aumento vertiginoso na violência nos dias que antecedem as eleições e até depois de sair o resultado, já que serão 51 desgostosos e seus puxa-sacos. Na semana passada uma missionária norte-americana que vivia e trabalhava no Haiti há muitos anos, foi assassinada sem razão aparente. Uma cidadã francesa foi, segundo rumores, sequestrada e até agora não se tem notícias deles.
Não dá para saber exatamente por que eles se voltam contra estrangeiros. Provavelmente tem a ver com aquele ódio mal-disfarçado em relação a brancos que mencionei num post anterior. E branco aqui é quase sempre estrangeiro.
A recomendação é ficar quieto, low profile, só sair em grupos e se for estritamente necessário.
As ruas estão entupidas de cartazes. Dá para notar que, dos 52 candidatos, alguns tem grana para gastar. São os cujas carotas vemos mais coladas nos postes, muros e carros.
Hoje, ao me dirigir para um restaurante, topei com um carro-palanque. Uma caminhonete com sistema de som, um candidato (a quê, não sei) falando aos berros no microfone e um monte de puxas-sacos atrás. Eles andavam pelo bairro onde estamos, Pétion-Ville, gritando seus slogans e vendendo suas mentiras, digo, sua plataforma.
Eleições são coisas podres em qualquer lugar, não é? Por aqui não seria diferente, ainda mais com o país no estado em que está.
O atual presidente é de uma das famílias mais ricas do país e seu filho recentemente foi preso por tráfico nos EUA. A fiança? USD 5 milhões, pagas rapidinho. Daí dá para ver porque as coisas insistem em não melhorar por aqui. Soa familiar?


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