Marombeiro. #SQN
Estou frequentando academia. E
estou gostando. Nunca pensei que fosse dizer isso um dia. Mas, vamos devagar,
só estou nessa há duas semanas.
Em fevereiro deste ano comecei a
fazer exames, à guisa de check-up.
Primeiro, o cardiologista. Nada de errado, tudo joinha, hemograma completo
revelou algumas coisinhas fora do recomendável. Nada sério. Mas, como não
poderia deixar de ser, o médico indicou que algumas mudanças deveriam ser
consideradas, mais exercícios, atenção à alimentação, e tal.
Não me considero sedentário, mas
não sou atleta. Não faço atividades físicas com regularidade e mudar isso,
desta vez, trouxe um peso diferente. Com 45 anos, meu corpo não responde da
mesma forma que respondia há alguns anos. Veio a constatação de que eu
precisaria de regularidade, de comprometimento desta vez, não bastaria caminhar
ao redor da quadra nos fins de tarde, ou a pedalada no parque uma vez ou outra.
Assim, tomei a decisão de dar uma chance à academia. Não gosto talvez porque
minha única experiência até hoje, em Rotterdam, não tenha sido muito
incentivadora. De certa forma, fico sempre com a impressão de que, se não me
dispuser aos programas massacrantes e musculantes dos professores, meu caso não
vai ser interessante para eles, e assim serei mais um cliente. E só. E não tem
nada pior do que você ser completamente ignorado numa academia, justamente
quando o que você mais precisa é atenção no acompanhamento. Assim, fui fazer
uma avaliação e até aí, tudo bem. Essa avaliação revelou alguns acúmulos de
gordura que deverão ser eliminados, mas uma boa condição física, com percentual
de gordura baixo para quem não se cuidava lá muito bem. Abramos parênteses
aqui: minha alimentação é boa, não abuso de açúcares, não sou avesso a verduras
e legumes. Há talvez cafeína e álcool demais mas, no geral acredito que minha
alimentação seja boa. Com a boa avaliação, joguei limpo com o professor e disse
que não tenho grande paixão por academias. Acho que é importante salientar
isso, de outra forma, meu treinamento vai ser uma tortura para mim e uma
frustração para ele. No fim, comprometi-me com um treinamento básico inicial,
para ir adquirindo resistência e ritmo. Como ainda trato uma tendinite no braço
direito, musculação nos membros superiores ainda está fora de cogitação. Sigo o
programa completo três vezes por semana: 20 minutos de esteira rápida, depois
uma série de cinco máquinas e abdominais para fechar. Nos demais dias, faço só
esteira por enquanto, cerca de 45-60 minutos de caminhada acelerada.
A obrigação de ir à academia já
está moldando minha rotina. Não tenho desculpas, tenho que ir pois estou pagando. E saio de lá pouco suado,
mas me sentindo bem. Acho que isso é o que importa. Não vou me martirizar se a
meta estabelecida para mim não for cumprida. Meta que, aliás, é de ganhar 1,6kg
em massa muscular e perder 400g de gordura em três meses. Não parece muito
difícil.
Acho que o que desanima muita
gente em academias é a sensação de competição. Algumas vezes me surpreendi
pensando no que os outros estariam pensando de mim, caminhando por 60 minutos
ali na esteira, admirando o Lago Paranoá – para minha sorte, a academia que
frequento fica bem de frente para ele. E assim que me dou conta desses
pensamentos, tiro-os da cabeça pois estou ali para cuidar de mim, não para
ficar me comparando com os "profissas".
Então vou continuar curtindo essa
nova rotina, sem paranoias. O próximo passo é mudar outras coisas como alguns
hábitos alimentares, mas isso logo vai acontecer.
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