Meu primeiro contato com a
língua inglesa foi há 35 anos, se não me falha a memória. Na 5ª série passamos
a ter aulas de inglês. A professora, infelizmente, ainda fazia um curso no Yázigi e pelo que me lembro não era boa aluna. Naquele ano, o
livro-texto era bem básico, com pequenos textos bem acessíveis. Mas teve uma
aula, que me lembro hoje com vergonha alheia, em que ela ensinou a pronunciar e
a escrever as letras em inglês. Até aí tudo bem. Até que ela disse: "vamos
escrever o nome de cada um em inglês (sic)". O meu, no espírito da aula,
saiu assim:
Dãbliu-i-él-él-ái-én-dgi-ti-ou-én. (risos mal contidos). Sim, ela queria ensinar
a soletrar, mas acabou nisso.
No ano seguinte a coisa ficou
pior, porque então a lógica já me indicava o caminho correto nas traduções dos
textos dos livros. Assim, "There is a book", de acordo com a profe
saía "Ali está um livro", enquanto que para mim já soava como
"Há um livro". Bem, minha matéria preferida na época era o português,
cuja professora, a Edna, era um doce.
Ao mesmo tempo, em outra frente,
comecei a ouvir músicas em inglês (The Beatles), e queria cantar certo, mesmo
que não soubesse o que significavam as letras. Meu saudoso amigo Jean gravava fitas
e eu pegava os encartes e copiava as letras na Triumph do meu pai. Catando
milho, lógico. Mas ao fazer isso eu
cantarolava junto e ia pegando o jeito da pronúncia e acabei por absorver o
"padrão" da língua. Ainda hoje tenho facilidade em observar padrões
em línguas estrangeiras, o que ajuda muito.
Essas centenas de páginas
datilografadas ainda existem e recebi ontem três pastas que continham essas e
muitas outras coisas, inclusive minha "obra" poética dos tempos da
faculdade. Minha mãe guardou tudo em casa. Tinha muita coisa da faculdade, mas
não dava para guardar tudo, então fiz uma limpeza rápida, respirei fundo e
joguei bastante coisa fora. A primeira letra que copiei? Ora, foi "Please,
Please Me", que abre o disco duplo vermelho.
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