Arrumações
Você já deve ter sido tomado, em algum momento de sua vida, por uma necessidade de renovação, de fuga da rotina, de mudança. É um momento em que nada parece certo, no lugar. Dá vontade de imprimir uma reviravolta completa, de jogar tudo para o alto, de começar de novo. Até que a razão entra em cena, claro.
Às vezes o remédio é simples, ainda que por vezes temporário. Basta uma rearrumada em alguma coisa, uma simples limpeza de escritório, ou da despensa. Decisões de vida são mais complexas, mais difíceis de serem postas em prática. Se você é como eu terá uma resistência natural a coisas arriscadas, a grandes decisões e mudanças radicais. "Garrei" a pensar nisso conversando com uma amiga que parou com tudo e foi estudar ioga. E está feliz e contente da vida.
Não estou pronto para grandes mudanças na minha vida. Tenho pequenos planos que em algum momento vão ser postos em prática. Por outro lado, tem outras coisas que me incomodam, mais mundanas, mais cá à terra.
Temos muita coisa em casa. Móveis demais, quinquilharias demais, coisas que em um momento tinham utilidade e que deixaram de ser importantes mas ficaram por ali, usando espaço. E o tempo passa e a gente acaba por deixar de notar aquelas coisas, elas passam a "fazer parte da paisagem". E isso é péssimo. Você começa a sentir que algo está atrapalhando e não sabe o quê.
Sinto que estou chegando a uma fase dessas e começo a olhar em volta na tentativa de identificar o que não tem mais utilidade. A lista é longa. Tem muitas coisas com as quais que eu não sei o que fazer. Tenho resistência a simplesmente jogar fora. O lixo de um homem é o tesouro de outro, é o que dizem, não? Tenho sempre a impressão de que aquilo que já não me serve poderá ter utilidade para alguém, ainda que como lixo. Mas resisto à ideia de simplesmente jogar fora. Assim, começo a pensar no que eu posso pôr à venda. Coisas como filmes em VHS e fitas cassete podem simplesmente ser digitalizados e liberam, assim, espaço. Livros são mais complicados. Papeis. Impressionante a quantidade de papel que acumulamos em pouquíssimo tempo, não? Ontem reparei que tenho uma pilha de molduras, posteres e quadros num canto do quarto. De duas uma, ou vão para a parede de novo, como parte de um novo projeto de decoração, ou vão para o lixo.
A mesa de jantar, com oito cadeiras, é grande demais. Temos utensílios em demasia, eletrônicos em demasia (muitos fora de uso). Coisas que até outro dia tinham algum valor, hoje, depois de considerar cuidadosamente a respeito, vejo que não há razão para mantê-las guardadas. E assim, sou tomado de um comichão: o comichão do desfazimento. Quero ver essas coisas longe o mais rápido possível, quero arrumar o quarto, dispor as coisas de forma diferente, mudar o sofá de lugar, liberar espaço na estante. Quero ver o que não tem utilidade para mim ser de serventia para outrem.
Dar o primeiro passo é difícil, mas será dado. Depois eu conto.
Às vezes o remédio é simples, ainda que por vezes temporário. Basta uma rearrumada em alguma coisa, uma simples limpeza de escritório, ou da despensa. Decisões de vida são mais complexas, mais difíceis de serem postas em prática. Se você é como eu terá uma resistência natural a coisas arriscadas, a grandes decisões e mudanças radicais. "Garrei" a pensar nisso conversando com uma amiga que parou com tudo e foi estudar ioga. E está feliz e contente da vida.
Não estou pronto para grandes mudanças na minha vida. Tenho pequenos planos que em algum momento vão ser postos em prática. Por outro lado, tem outras coisas que me incomodam, mais mundanas, mais cá à terra.
Temos muita coisa em casa. Móveis demais, quinquilharias demais, coisas que em um momento tinham utilidade e que deixaram de ser importantes mas ficaram por ali, usando espaço. E o tempo passa e a gente acaba por deixar de notar aquelas coisas, elas passam a "fazer parte da paisagem". E isso é péssimo. Você começa a sentir que algo está atrapalhando e não sabe o quê.
Sinto que estou chegando a uma fase dessas e começo a olhar em volta na tentativa de identificar o que não tem mais utilidade. A lista é longa. Tem muitas coisas com as quais que eu não sei o que fazer. Tenho resistência a simplesmente jogar fora. O lixo de um homem é o tesouro de outro, é o que dizem, não? Tenho sempre a impressão de que aquilo que já não me serve poderá ter utilidade para alguém, ainda que como lixo. Mas resisto à ideia de simplesmente jogar fora. Assim, começo a pensar no que eu posso pôr à venda. Coisas como filmes em VHS e fitas cassete podem simplesmente ser digitalizados e liberam, assim, espaço. Livros são mais complicados. Papeis. Impressionante a quantidade de papel que acumulamos em pouquíssimo tempo, não? Ontem reparei que tenho uma pilha de molduras, posteres e quadros num canto do quarto. De duas uma, ou vão para a parede de novo, como parte de um novo projeto de decoração, ou vão para o lixo.
A mesa de jantar, com oito cadeiras, é grande demais. Temos utensílios em demasia, eletrônicos em demasia (muitos fora de uso). Coisas que até outro dia tinham algum valor, hoje, depois de considerar cuidadosamente a respeito, vejo que não há razão para mantê-las guardadas. E assim, sou tomado de um comichão: o comichão do desfazimento. Quero ver essas coisas longe o mais rápido possível, quero arrumar o quarto, dispor as coisas de forma diferente, mudar o sofá de lugar, liberar espaço na estante. Quero ver o que não tem utilidade para mim ser de serventia para outrem.
Dar o primeiro passo é difícil, mas será dado. Depois eu conto.
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