Imagina na copa?

Imagina.
Bom, a Copa está chegando. Sou só eu ou há um misto de ansiedade boa e ruim pelo início do torneio? Como assim, boa e ruim? Boa, porque é a Copa do Mundo. Boa porque é no Brasil. Ruim porque tememos que as coisas não andem bem. Já estamos "por aqui" de ver nos jornais, tv e redes sociais protestos, notícias positivas - que soam moldadas muitas das vezes - críticas, gente a favor, gente contra. Chegou a um ponto em que já não me dou ao trabalho de analisar o ponto apresentado e formar opinião. Alea jacta est. Certo?
Só que não. Ainda tem muita coisa para dar errado. É certo que a indignação tem cabimento, afinal a enxurrada de grana foi absurda. Era de se esperar que muito dinheiro tivesse que ser gasto na preparação do evento, que bizarramente vai ser levado para locais distantes como Manaus e Porto Alegre. E por quê Cuiabá e não Campo Grande? Por quê Brasília e não Goiânia? Bem, essa é fácil. Porque é a capital do país, mas aqui reside o maior exemplo de desperdício: o estádio Mané Garrincha. Ficou bacana? Sim, mas poderia ter ficado melhor? Sim, se tivesse ficado menor. Geddit?
Uma torrente de obras, necessárias ou não, varreu as cidades-sede. Muitas dessas obras - quase todas, na verdade - eram obras necessárias, que não precisariam de Copa para serem feitas. Então não me venham com essa de "legado da Copa". Uma coisa eu reconheço: nossos estádios eram uma vergonha. No "País do Futebol', da seleção canarinho pentacampeã mundial, nossos estádios eram, sim, uma vergonha. Mas dava para ter feito com muuuuuito menos dinheiro. O novo estádio do Palmeiras, o Allianz Parque, é prova disso.
Mais uma vá, tá bonito pra dedéu. E sem um puto de dinheiro público.
Então voltando, acho que boa parte da ansiedade reside mais no fato de querermos ver o que vai dar dar errado, ao mesmo tempo torcendo para que nada dê errado. Se nada der errado, o(s) atual (is) governo (s) podem sair ganhando e em outubro, já viu, né?  Mas é quase impossível que nada saia errado. Temos que fazer um mea culpa pois atrasamos obras, gastamos demais, falamos bobagem demais. Corremos um sério risco de passar vergonha e isso a dois anos dos Jogos Olímpicos, cuja preparação, aliás, parece ir de mal a pior.  Então estamos ansiosos por passar vergonha ou passar o mínimo de vergonha possível. Por outro lado estamos ansiosos para que dê tudo certo. O problema que vejo nisso é o ego inflar e acharmos que somos o máximo. Não somos. Bom fim-de-semana a todos.

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