Grumpy Old Biker
Ou, "velho motociclista rabugento". Estava em dúvida se colocava esta postagem no VW-Borges, mas vou continuar aqui mesmo com a verborragia reclamona.
O país está há alguns anos se "preparando" para a Copa. Não, não vou entrar na seara da reclamação política, do uso indiscriminado e criminoso de verbas públicas, do desperdício, da falta de hospitais, do caos dos aeroportos e das obras que deveriam estar prontas e sequer saíram do papel. Vou me situar aqui, bem pertinho, bem onde meu dia-a-dia é afetado pela incompetência da administração pública. Já falei mal das obras de recuperação asfáltica que há meses vem acontecendo em Brasília. Me espantei com a péssima qualidade do serviço executado principalmente na avenida W3 que, para quem não conhece, é uma das principais artérias da cidade, ao longo da qual é possível encontrar uma infinidade de diferentes tipos de comércio, de sedes de órgãos públicos e por aí afora. É inegável a importância dessa avenida. Há alguns anos, a W3 Norte era um grande estacionamento, com centenas de revendedoras de carros usados. Não havia onde estacionar e o trânsito era um caos. Bem, essas lojas foram todas "convidadas" a se retirar dali para uma área fora da cidade, hoje conhecida como Cidade do Automóvel. Uma das melhores decisões, pois a W3 Norte adquiriu outro aspecto. Pois bem. As obras de "recapeamento" consistiam em espalhar um arremedo de lama asfáltica sobre o pavimento já não muito bom e cheio de buracos e falhas, sem sequer passar um rolo compressor por cima. Nada. O resultado é que o asfalto tem sido "alisado" pelos próprios veículos em trânsito. Desnecessário dizer que o pavimento ficou todo estriado e cheio de ondulações, particularmente perigoso para quem anda de motocicleta. Essas estrias e ondulações, ainda por cima, acumulam água da chuva, que não tem como nem para onde escorrer.
Pensei que se aquilo era o que seria feito no resto da cidade, estávamos fritos. Bem, não foi. Toda a área central e as áreas residenciais estão recebendo piso novo e está sendo razoavelmente bem feito. Não está ótimo. Emendas ainda são visíveis, degraus e outros pequenos problemas podem ser vistos aqui e ali. Mas pelo menos está sendo mais caprichado do que foi o serviço na W3.
Mas nem tudo são flores. Não senhor. Bocas de lobo e tampas de bueiros não são removidas e reniveladas quando a nova camada do pavimento é colocada. A camada anterior só foi removida em locais onde as ondulações eram muito acentuadas e onde já havia remendos sobre remendos. Nos demais, só uma nova camada de asfalto. O problema é que as bocas de lobo formam depressões que, se são um problema sério para carros, para motocicletas são fatais. É tombo na certa. E as tampas de bueiros que ficam no meio das ruas são um caso mais grave, pois elas são - quando o são - niveladas com concreto.
Ora, não é preciso ser engenheiro para saber que a dilatação desses dois materiais, concreto e asfalto, é muito diferente. Daí que não demora muito para os problemas aparecerem. As concessionárias dizem que os nivelamentos serão feitos, e realmente o são, em alguns locais, mas bem depois.
Esta aí fica em pleno setor de autarquias, bem ali atrás do Museu da República. Essa cratera está assim há muito, muito tempo. Fica bem no meio da pista e os desavisados sempre caem nela. Imagina o estrago se você estiver de moto? Quer ver onde ela fica?
Bem aí. Essa via, a S2 passa por trás da Esplanada, entre os ministérios e os anexos, e vai até a W3. Tem MUITO movimento.
As vias são entregues com o asfalto ainda úmido, semi-derretido e ficam sem sinalização horizontal por semanas. Os retornos nem sempre são feitos junto com as vias. E aí os motoristas ficam completamente desorientados e um festival de absurdos começa a acontecer. Sim, falta de preparo dos motoristas e motociclistas, mas não vou entrar nesse assunto agora.
Ora, é tão difícil assim, no planejamento da obra, incluir todos os serviços necessários? E as licitações, o que dizem? Não preveem esse tipo de coisa? E os fiscais de contrato, onde estão, que não estão se certificando de que os serviços estejam sendo executados a contento? Vai ser preciso o quê? Alguém se arrebentar numa dessas armadilhas urbanas e processar o Estado? Todos esses problemas ficam ainda mais graves quando se circula de moto. Recentemente um motociclista ganhou na justiça direito a indenização por falta de sinalização em um obstáculo. Ganhou pouco mais de R$ 200. Suficientes para reparar sua moto. Pouco, mas é um começo.
Nenhum governo brasileiro, estadual, municipal ou o que quer que seja, liga a mínima para o fato de termos uma frota gigantesca de motos e que as ruas não podem ser pensadas somente para automóveis e ônibus. Faixas pintadas indiscriminadamente com tinta-sabão - que ficam incrivelmente lisas quando molhadas - além das já citadas tampas de bueiros desniveladas, guard-rails assassinos e por aí vai, são todos armadilhas às quais nós, motociclistas PAGANTES DE IMPOSTOS, estamos sujeitos. Mas somos cidadãos de segunda classe para essas "otoridades". Assim como podem ser considerados todos os pagantes de impostos que recebem serviços ruins e obras mal-feitas, vide a tragédia que foi o rompimento da adutora que resultou em um funcionário morto e quatro feridos, e ainda tem que aguentar propaganda de governo mostrando todas as "maravilhas" feitas por ele. Mesmo que sejam visíveis só para os marqueteiros.
O país está há alguns anos se "preparando" para a Copa. Não, não vou entrar na seara da reclamação política, do uso indiscriminado e criminoso de verbas públicas, do desperdício, da falta de hospitais, do caos dos aeroportos e das obras que deveriam estar prontas e sequer saíram do papel. Vou me situar aqui, bem pertinho, bem onde meu dia-a-dia é afetado pela incompetência da administração pública. Já falei mal das obras de recuperação asfáltica que há meses vem acontecendo em Brasília. Me espantei com a péssima qualidade do serviço executado principalmente na avenida W3 que, para quem não conhece, é uma das principais artérias da cidade, ao longo da qual é possível encontrar uma infinidade de diferentes tipos de comércio, de sedes de órgãos públicos e por aí afora. É inegável a importância dessa avenida. Há alguns anos, a W3 Norte era um grande estacionamento, com centenas de revendedoras de carros usados. Não havia onde estacionar e o trânsito era um caos. Bem, essas lojas foram todas "convidadas" a se retirar dali para uma área fora da cidade, hoje conhecida como Cidade do Automóvel. Uma das melhores decisões, pois a W3 Norte adquiriu outro aspecto. Pois bem. As obras de "recapeamento" consistiam em espalhar um arremedo de lama asfáltica sobre o pavimento já não muito bom e cheio de buracos e falhas, sem sequer passar um rolo compressor por cima. Nada. O resultado é que o asfalto tem sido "alisado" pelos próprios veículos em trânsito. Desnecessário dizer que o pavimento ficou todo estriado e cheio de ondulações, particularmente perigoso para quem anda de motocicleta. Essas estrias e ondulações, ainda por cima, acumulam água da chuva, que não tem como nem para onde escorrer.
Pensei que se aquilo era o que seria feito no resto da cidade, estávamos fritos. Bem, não foi. Toda a área central e as áreas residenciais estão recebendo piso novo e está sendo razoavelmente bem feito. Não está ótimo. Emendas ainda são visíveis, degraus e outros pequenos problemas podem ser vistos aqui e ali. Mas pelo menos está sendo mais caprichado do que foi o serviço na W3.
Mas nem tudo são flores. Não senhor. Bocas de lobo e tampas de bueiros não são removidas e reniveladas quando a nova camada do pavimento é colocada. A camada anterior só foi removida em locais onde as ondulações eram muito acentuadas e onde já havia remendos sobre remendos. Nos demais, só uma nova camada de asfalto. O problema é que as bocas de lobo formam depressões que, se são um problema sério para carros, para motocicletas são fatais. É tombo na certa. E as tampas de bueiros que ficam no meio das ruas são um caso mais grave, pois elas são - quando o são - niveladas com concreto.
Tampa recém-nivelada em pista recém-recapeada. Pista do meio, L2 Norte, na altura da 405. |
Esta aí fica em pleno setor de autarquias, bem ali atrás do Museu da República. Essa cratera está assim há muito, muito tempo. Fica bem no meio da pista e os desavisados sempre caem nela. Imagina o estrago se você estiver de moto? Quer ver onde ela fica?
Bem aí. Essa via, a S2 passa por trás da Esplanada, entre os ministérios e os anexos, e vai até a W3. Tem MUITO movimento.
As vias são entregues com o asfalto ainda úmido, semi-derretido e ficam sem sinalização horizontal por semanas. Os retornos nem sempre são feitos junto com as vias. E aí os motoristas ficam completamente desorientados e um festival de absurdos começa a acontecer. Sim, falta de preparo dos motoristas e motociclistas, mas não vou entrar nesse assunto agora.
Ora, é tão difícil assim, no planejamento da obra, incluir todos os serviços necessários? E as licitações, o que dizem? Não preveem esse tipo de coisa? E os fiscais de contrato, onde estão, que não estão se certificando de que os serviços estejam sendo executados a contento? Vai ser preciso o quê? Alguém se arrebentar numa dessas armadilhas urbanas e processar o Estado? Todos esses problemas ficam ainda mais graves quando se circula de moto. Recentemente um motociclista ganhou na justiça direito a indenização por falta de sinalização em um obstáculo. Ganhou pouco mais de R$ 200. Suficientes para reparar sua moto. Pouco, mas é um começo.
Nenhum governo brasileiro, estadual, municipal ou o que quer que seja, liga a mínima para o fato de termos uma frota gigantesca de motos e que as ruas não podem ser pensadas somente para automóveis e ônibus. Faixas pintadas indiscriminadamente com tinta-sabão - que ficam incrivelmente lisas quando molhadas - além das já citadas tampas de bueiros desniveladas, guard-rails assassinos e por aí vai, são todos armadilhas às quais nós, motociclistas PAGANTES DE IMPOSTOS, estamos sujeitos. Mas somos cidadãos de segunda classe para essas "otoridades". Assim como podem ser considerados todos os pagantes de impostos que recebem serviços ruins e obras mal-feitas, vide a tragédia que foi o rompimento da adutora que resultou em um funcionário morto e quatro feridos, e ainda tem que aguentar propaganda de governo mostrando todas as "maravilhas" feitas por ele. Mesmo que sejam visíveis só para os marqueteiros.
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