Velho ranzinza

Estou precisando desopilar. Acho meio chato ficar reclamando de tudo no facebook, afinal, ouvido de ninguém é penico. Juro que faço o máximo que posso para não deixar bobagens do dia a dia me afetar. No entanto, o sentimento de impotência - trazido à tona pelas questões máximas "como eu resolvo isso?", "com quem eu reclamo?", "quem é o responsável por isso?" e outras - faz ferver o sangue e aumentar o batimento cardíaco.
Já falei sobre isto aqui e o assunto continua a me aborrecer. Faixas de propaganda espalhadas por toda parte. Vejam, eu me controlo para não ficar fazendo comparações entre o Brasil e outros países que conheci, mas às vezes é difícil. Porque não é difícil coibir esse tipo de desmando, de "eu faço porque eu posso e porque ninguém fiscaliza", basta disposição e um tiquinho de organização. Aqui, todo e qualquer lugar é lugar para meter uma faixa, colar cartazes, etc. Não sou contra a divulgação de serviços nos semáforos por pessoas contratadas para distribuir panfletos. Essas, pelo menos, estão trabalhando e não de forma preguiçosa. Quem pendura faixa não está querendo gastar com esse tipo de propaganda ou com anúncios em classificados. E isso porque já existem classificados gratuitos e não é de hoje.
Serviços e obras em áreas urbanas são outra fonte quase inesgotável de aborrecimento e acho que não estou sozinho nesta. Eu trabalho numa área em que fiscalização de contratos públicos é essencial e seguida à risca. Assim como sei que a base para um bom contrato é uma licitação bem feita. É impressionante como no Brasil o dinheiro público é mal gasto. Não se licita direito e pior, não se fiscaliza direito. Fico boquiaberto com o descaso em obras de recuperação asfáltica, por exemplo. Algumas ruas de Brasília foram "recuperadas" com uma camada mal distribuída de lama asfáltica. Deve ter outro nome, mas é tão vagabunda que só posso chamá-la assim. O pavimento ficou estriado, cheio de irregularidades e sequer foi usado um rolo compressor no fim do trabalho. A pintura de faixas leva semanas após a conclusão dos serviços. Será tão difícil assim pintar faixas logo após a conclusão dos trabalhos e só entregar as vias quando elas tiverem realmente condições de receber tráfego? Em outras áreas o problema é com tampas de bueiros de bocas-de-lobo. Como na maior parte dos locais a camada anterior não foi removida, o correto seria nivelar as tampas de bueiros imediatamente após a  colocação da nova camada de pavimentação, já que eles liberam a pista tão logo esteja seca. Se o problema é grande para carros imagina para as sempre esquecidas motocicletas? E aí eu pergunto de novo: é tão difícil assim se organizar e fazer o serviço todo de uma vez? Em tempo, nunca vi um engenheiro acompanhado as obras.
Esse assunto traz outro a reboque, que é o despreparo dos motoristas com o mais corriqueiro dos trânsitos. Ruas sem faixas deixam motoristas perdidos. É. Vi cada barbaridade nas ruas de Brasília nestas últimas semanas que me deixaram sem palavras. Sério mesmo que você precisa de faixa para se posicionar direito numa rua que você usa TODO SANTO DIA???
Vamos fechar a bagaça com um resumo rápido: Justin Bieber pichando muro no Rio e um carro da polícia fotografado do lado dele. Girafas e o rei dos camarotes no facebook. Aliás, gente que só sabe compartilhar coisas bestas nas redes sociais (vocês que nada tem a dizer deveriam ser proibidos de ter perfil nessas redes), gente que mora fora do Brasil e só sabe falar mal e criticar tudo o que tem a ver com o país. Aliás, este último ponto requer uma pequena explicação: tenho muitos amigos que vivem fora, em sua grande maioria por opção e são pessoas maravilhosas de quem muito me orgulho de ser amigo. Mas me emputece quando o (a) sujeito (a) aparece nas redes sociais criticando tudo o que tem a ver com o Brasil. Desculpe-me, mas quem está fora do país e não vota, não cobra, não paga imposto e não vive o dia-a-dia não tem muito direito de dar pitaco. Comente, mas não se indigne porque você nada faz para mudar. Eu estou aqui, votando em deputado e senador, governador e presidente, eu fiscalizo e cobro, eu pago (muitos) impostos, eu rebolo para dar conta do cotidiano. Sujeitinho vem dizer que "é por isso que eu não volto para o Brasil". Não, amigão, não é por isso, você não volta porque não quer, porque sua vida está feita no exterior. Motivos existem vários. Não querer voltar por isso só ilustra sua falta de comprometimento com seu país. Falei.

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