Buenos Aires, pt. 2

Tentar acordar cedo foi inútil. Dez e meia, uma sensação de ressaca e fome. Café da manhã no Íbis Obelisco. Nada espetacular, mas acima da média para a rede. Assomamos à Avenida Corrientes com um sol fortíssimo e céu azul, e fomos na direção geral do rio da Prata. A avenida logo nos leva ao Obelisco.


A luz está ótima e as fotos prometem. O plano é seguir indicações é de guias e fazer um roteiro básico no microcentro. Seguimos, assim, pela Calle Florida, calçadão onde se concentra o grosso do comércio, inclusive a magnífica Galerías Pacífico, em direção à Plaza San Martin.
Somos acossados, por toda a extensão da Florida, por gente oferecendo câmbio, câmbio, câmbio. E passeios dos mais variados além de city tours. Já defronte à Plaza San Martin somos abordados por um simpático sujeito de nome Daniel, que nos oferece city tours e shows de tango. Perguntamos o preço e vejam a técnica dos caras: nunca informam o preço ali mesmo. Eles levam você até a agência, com ar-condicionado para bater um papo. Pois bem, na agência o sr. Norberto trata de nos convencer. Contratamos um city tour para dali a duas horas e um show de tango com jantar para a noite seguinte, aniversário da Bia. O passeio terá a duração de três horas.
Cruzamos a rua e almoçamos um belo contra-filé no El Establo.
Dali descemos para a plaza San Martin para descansar e apreciar um pouco a deliciosa praça, com suas imensas árvores e microclima extremamente agradável.




O ônibus percorreria parte do que pretendíamos ver neste primeiro dia. Como estávamos cozidos e mal-dormidos, achamos uma ótima ideia. Nosso guia, o Diego, mistura com impressionante facilidade inglês, português e espanhol. Enquanto o motorista negocia o trânsito complicado do centro, Diego vai misturando e repetindo à exaustão o que vamos ver a seguir. Plaza San Martin, rumo à Recoleta e Palermo. Passando pelos parques de Palermo, resolvemos que voltaríamos no dia seguinte, a pé, para explorar melhor o lugar. Continuamos pela Avenida del Libertador, passando rapidamente pela Recoleta, em direção à 9 de julho e à Plaza de Mayo.  Vamos voltar porque o tempo escasso de parada não me permitiu fotografar direito a Casa Rosada ou a Catedral. Daqui seguimos para La Boca e o famoso Caminito. Mas antes, parada para conhecer a Bombonera. A área ao redor do estádio respira Boca Juniors.




O Caminito nada mais é que uma rua na qual se concentram músicos, artistas de todo tipo, onde há alguns bares simpáticos e dançarinos de tango. A região é repleta de casas revestidas com metal ondulado, todas construídas em sua maioria com material de demolição ou sobras de construções, por imigrantes italianos no início do século XX. São igualmente pintadas com qualquer resto de tinta que se puder conseguir, daí as casas serem multicoloridas e de cores muito vivas. Aqui o conselho geral é: não se afaste da rua principal. O bairro é considerado barra pesada.





O cansaço e o tempo curto não nos permitiu explorar adequadamente o local. Na volta passamos pelo chique - meio insípido, na minha opinião - Puerto Madero, que exploraremos melhor no dia 25. Nos disseram que é interessante passar por aqui a noite de 24, para ver fogos de artifício. Descemos do ônibus próximo às Galerias Pacífico e subimos a Florida. Tomamos um táxi para a livraria El Ateneo, na Avenida Santa Fé. Esta loja está instalada em um antigo teatro, por isso herdou teto em abóbada magnífico.

O palco foi preservado e nele encontra-se um café. Pode-se ainda pegar um livro para ler mais sossegadamente em algum dos balcões.
Mais tarde, lá pelas dez, uma pasta no Palácio de la Papa Frita - eu sei, mas não tínhamos fome o bastante para encarar outro bifão com fritas - para fechar a noite. A pasta estava razoável, mas o molho com pedações absurdamente tenros de terneiro estavam de lamber os beiços. Mas o cansaço estava insuportável.
A boa impressão do dia é a limpeza das ruas na maioria dos locais por onde passamos. Até agora Buenos Aires causa uma boa impressão.

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