Triste constatação
Eu esbravejo toda vez que vejo uma notícia na grande mídia sobre acidentes com motocicletas. Me irrita o fato de esses meios insistirem em usar o termo "motoqueiro" em lugar do mais adequado "motociclista" (afinal quem anda de bicicleta não é "bicicleteiro"e sim "ciclista"), me irrita o direcionamento das matérias que parecem querer culpar a motocicleta pelos males do trânsito como um todo e indicar a necessidade de medidas restritivas ao seu uso. Me irrita o fato de as estatísticas nunca mostrarem os culpados na maioria dos acidentes. Me irrita a obtusidade em insistir que se tem que diminuir o número de acidentes, mas ninguém trata da redução do número de vítimas. Vou bater nessa tecla de novo. São duas frentes de combate concomitante, gente. O número de vítimas fatais poderia diminuir se as "otoridades" já tivessem regulamentado o uso de equipamentos de segurança, tornando o uso de jaqueta, luvas e botas obrigatório. Já disse também, que junto a essa medida tem que haver redução ou isenção de impostos para esses produtos, para barateá-los. Não adianta dar o queijo sem disponibilizar a faca.
Sempre que alguém discute o assunto motocicleta eu tento mostrar o lado razoável, sensato, do ponto de vista de um motociclista, que também é motorista.
Uma pena que às vezes os próprios motociclistas não fazem por onde e ainda com anuência das autoridades. Vejam bem: adoro tudo quanto é relacionado à motocicleta. Sou um defensor ferrenho do seu uso nas cidades, mas o que vi na última quarta-feira, no estacionamento de um shopping aqui de Brasília foi estarrecedor. Como disse logo acima, adoro andar de moto. E também gosto da minha cervejinha, mas tenho ciência de que as duas coisas não combinam.
O evento acontece toda quarta-feira. O que vi foi três em cada cinco motociclistas com latas de cerveja nas mãos. Vi o locutor do evento anunciar um encontro em breve, com churrasco e "open bar". Open bar, gente. Um evento para você ir com sua motocicleta e encher a cara! E sabem do que mais? O BPTRANS, Batalhão de Trânsito da Polícia Militar estava lá, dando suporte ao evento. Os policiais são amiguinhos de vários dos participantes. Até aí tudo bem, não fosse o fato de ter gente enchendo a cara. Gente que vai pegar a perigosa - modernizada, mas ainda perigosa - EPTG de volta para Brasília ou para Taguatinga/Águas Claras. Como é que a gente vai defender a causa assim, com essa conivência toda? Tenho certeza de que se eu verbalizasse essa opinião eu correria o risco de ser expulso de lá a tapas e pontapés.
Não sou de estragar o prazer de ninguém, mas essa permissividade não ajuda a defender o nosso lado. Somos todos culpados e não estamos fazendo muita coisa a respeito. Não bastasse a praga dos motoclubes que se espalham por aí, com seus coletinhos de couro que não protegem nem do vento, ainda enchem a cara. Não são todos, como disse lá em cima. Mas é uma maioria preocupante. Tenho certeza de que o argumento é "bebi só uma latinha", ou "piloto melhor depois de tomas umazinha". Ou ainda, "cada cabeça uma sentença". Mas não dá para aceitar a conivência de quem deveria coibir esse tipo de acontecimento. E não dá para aceitar as estatísticas crescentes. Não sou contra o evento, mas nunca ouvi um motoclube ou um organizador desse tipo de encontro pregar o "se beber, não dirija". Aí fica difícil...
Sempre que alguém discute o assunto motocicleta eu tento mostrar o lado razoável, sensato, do ponto de vista de um motociclista, que também é motorista.
Uma pena que às vezes os próprios motociclistas não fazem por onde e ainda com anuência das autoridades. Vejam bem: adoro tudo quanto é relacionado à motocicleta. Sou um defensor ferrenho do seu uso nas cidades, mas o que vi na última quarta-feira, no estacionamento de um shopping aqui de Brasília foi estarrecedor. Como disse logo acima, adoro andar de moto. E também gosto da minha cervejinha, mas tenho ciência de que as duas coisas não combinam.
O evento acontece toda quarta-feira. O que vi foi três em cada cinco motociclistas com latas de cerveja nas mãos. Vi o locutor do evento anunciar um encontro em breve, com churrasco e "open bar". Open bar, gente. Um evento para você ir com sua motocicleta e encher a cara! E sabem do que mais? O BPTRANS, Batalhão de Trânsito da Polícia Militar estava lá, dando suporte ao evento. Os policiais são amiguinhos de vários dos participantes. Até aí tudo bem, não fosse o fato de ter gente enchendo a cara. Gente que vai pegar a perigosa - modernizada, mas ainda perigosa - EPTG de volta para Brasília ou para Taguatinga/Águas Claras. Como é que a gente vai defender a causa assim, com essa conivência toda? Tenho certeza de que se eu verbalizasse essa opinião eu correria o risco de ser expulso de lá a tapas e pontapés.
Não sou de estragar o prazer de ninguém, mas essa permissividade não ajuda a defender o nosso lado. Somos todos culpados e não estamos fazendo muita coisa a respeito. Não bastasse a praga dos motoclubes que se espalham por aí, com seus coletinhos de couro que não protegem nem do vento, ainda enchem a cara. Não são todos, como disse lá em cima. Mas é uma maioria preocupante. Tenho certeza de que o argumento é "bebi só uma latinha", ou "piloto melhor depois de tomas umazinha". Ou ainda, "cada cabeça uma sentença". Mas não dá para aceitar a conivência de quem deveria coibir esse tipo de acontecimento. E não dá para aceitar as estatísticas crescentes. Não sou contra o evento, mas nunca ouvi um motoclube ou um organizador desse tipo de encontro pregar o "se beber, não dirija". Aí fica difícil...
Comentários
Achismo 1) Um problema que vejo é que mesmo que o motociclista esteja erradíssimo, o culpado aparente quase natural será o motorista, porque foi o outro que se estatelou no chão. Até provar que jacaré não é lagartixa...
Achismo 2) Vejo poucos motociclistas ocupando o espaço de um carro na faixa. A maioria está entre elas. Por outro lado, motorista que vê motociclista corretamente ocupando espaço na faixa, reclama e cola na traseira. Tá difícil para todos os lados.
Achismo 3) Multa todo mundo, a toda hora. Porque parece-me que todos estão errados e, para aliviar a própria barra, jogam a culpa um no outro (carro e motocicleta e ônibus e caminhão). Se respeitarem as regras teriam menos stress. Mas...