Difíceis escolhas

Quem nunca se deparou com a dúvida na hora de comprar qualquer coisa? Carro, câmera, telefone, massa de tomate, macarrão, arroz...para praticamente tudo tem opção a dar com pau.
Nem sempre foi assim. Houve um tempo em que poucas marcas dominavam certos mercados. A indústria automobilística, por exemplo, pré abertura das importações, em 1992 - única coisa decente que fez aquelle collorido despirocado - tinha poucos modelos espalhados por pouquíssimas marcas. Hoje a dúvida na hora de escolher um carro é muito mais difícil de dirimir. Tem preço, design, marcas de preferência, confança no pós-venda e por aí vai. E na hora de trocar o celular, por exemplo? A indústria usa características técnicas insondáveis para o consumidor comum como armas de venda. Daí esse mesmo consumidor tem que buscar avaliações na internet que, na maioria das vezes, não soluciona nada e só complica. O tecniquês só serve para nerds. No vai e vem desencontrado de informações certas bobeiras acabam sendo difundidas. Recentemente li numa matéria sobre carros na internet que tal modelo tinha freios com antibloqueio e ABS. Faltou conhecimento ao escriba do significado da sigla ABS: anti-lock breaking system, ou sistema de frenagem anti-bloqueio. Em suma, freio que não trava.
Com isso, o consumidor com menos conhecimento acaba exigindo coisas em suas compras que ele não faz a mais vaga idéia do que sejam. "Não, não, meu novo celular tem que ter câmera de 12 megapixels". É uma tristeza, pois a maioria sequer faz idéia da serventia disso. Já falei em post anterior sobre a guerra dos megapixels. Megapixel não é nada sem lente de qualidade. Então não adianta comprar a câmera xing-ling de 16Mp que é baratinha. Sem lente decente, sem hardware de boa qualidade e sem conhecimento mínimo não vai sair fotografia que preste. Economia é a base da porcaria.
De onde saiu isso tudo? Até semana passada era minha melhor metade às voltas com a escolha de um novo celular. Eu estou há algum tempo tentando definir o que vou comprar daqui a alguns meses. E eu tinha isso definido até hoje, quando de curiosidade resolvi ler umas avaliações de um modelo mais barato, que eu de cara já tinha descartado. E quer saber? Acho que é o modelo ideal. E pela metade do preço do que eu já tinha meio que escolhido.
Ler e comparar fichas técnicas, principalmente de celulares, não é para quem tem coração fraco. Meu uso de celulares (e de smartfones) resume-se a fazer chamadas, envio de SMS, tirar uma foto ou outra e, mais recentemente, uso light de internet. Daí que certas siglas não significam muito para mim. E tem coisas malucas. Vejam só: existe uma versão de um sistema operacional que chama-se Symbian^3, ou algo assim...Hã? Sou eu, ou neguinho viajou na maionese? O que há de errado com Symbian 3, ou 3.0?
Felizmente, alguns blogs e sites acabam mesmo ajudando os menos esclarecidos. Mas no fim acho que esse é o preço da modernidade. Consumidor - principalmente com grana para gastar - fica exigente e aí variedade é tudo.

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