África, pte. 2

Último dia da viagem, saímos com um amigo para uma volta na cidade e umas compras. Segundo
ele, melhor comprar souvenires em galerias pois a procedência era mais garantida, apesar dos preços ligeiramente mais altos. A foto ao lado mostra uma avenida, a Champs Elisées, nas palavras de nosso amigo belga. Carros muito velhos se misturam a outros muito novos. Vi muito Gol e Fox por lá. Mas os campeões de audiência são os táxis azuis, normalmente Ladas ou Fiats, muito, muito velhos.
O movimento nas calçadas é intenso. Nesta área, por exemplo, onde o comércio era razoavelmente ativo, centenas de pequenas lojas, vendendo de tudo - até Maxi Ducha Lorenzetti -

disputam espaço e fregueses. O vai-e-vem frenético nos alcança numa parada de semáforo. Pedintes cercam o carro. Nosso guia alerta para não darmos nada a uma mulher com uma criança no colo. Diz ele se tratar de estratagema para mendicância. Esta chega a ser desconcertante. Caras de piedade - muitas genuínas, eu sei - e uma ladainha da qual só entendemos um ocasional "money" ou "hungry".
Não era o caso aqui, mas em alguns países, cabras são mesmo utilizadas para "aparar" gramados.
Cenas como esta são muito comuns num país onde toda e qualquer forma de se chegar a um nível aceitável de sobrevivência, vale.
Vale observar que esta foto foi tirada em bairro considerado bom. Neste ponto, à nossa direita (é meu chefe caminhando à minha frente) fica a sede das Nações Unidas em Adis Abeba, além das residências de várias embaixadas. Esta rua, à noite, não tem iluminação a não ser a de algumas casas e de uns poucos postes de luz, provavelmente instalados ali em algum momento remoto do passado.
Exceto pelos mendigos, as pessoas tendem a cuidar de suas vidas. Caminhei por esta rua à noite, sozinho, e em momento algum me senti ameaçado, nem fui importunado.

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