Não tô entendendo

Estou vendendo minha moto. A outra. E, do mesmo que jeito que há um ano, quando coloquei o carro à venda, começou o festival de esquisitices.
Na minha concepção, uma transação comercial entre particulares vai mais ou menos assim: sujeito A tem algo para vender. Sujeito B se interessa. Sujeito A estabeleceu um preço e espera vender o objeto por aquele preço ou algo mais próximo.
O roteiro natural dessa transação deveria ser: sujeito B se interessa e liga para sujeito A. Indaga sobre o objeto. Sujeito A esclarece as dúvidas do sujeito B, que faz uma contra-oferta, na tentativa de reduzir um pouco o preço. Sujeito A, de início, rejeita, mantendo o preço original. Mais um pouco de conversa e o sujeito A concorda em reduzir um pouco o preço. Desse modo, logo chegam a um consenso e o objeto troca de mãos, assim como o valor combinado.
Minha história vendendo o carro e a moto tem sido diferente. Anuncio a moto, com quilometragem, etc. Recebo a primeira ligação e o sujeito me pergunta o preço. Eu digo e ele diz que está cara, sem sequer ver a moto (que aliás está em excelente estado de conservação). Em seguida me pergunta por quanto faço, assim, para pagar à vista. Hã? Ele pensou, por acaso, que eu ia financiar pra ele? What's wrong with this picture? Eu respondo que o preço é aquele, esperando que o sujeito faça a tal contraproposta. Ao que ele segue perguntando por quanto eu faço, quanto eu tiro do preço. Será que as regras de negociação mudaram tanto assim? A economia brasileira mudou tanto que as pessoas que querem vender algo é que tem que fazer contrapropostas à suas próprias propostas? Que maluquice é essa, Zé?
O pior é o sujeito "julgar" minha oferta sem sequer ver a moto com seus próprios olhos. Outros dizem que estão vendendo suas motos menores e que o negócio está quase fechado, dando a entender que não vão ter aquele dinheiro todo, mas que querem comprar a moto assim mesmo. Tenho cara de banco, por acaso, maluco? Eu, hein!?

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