A Estrada Real e a buraqueira mais real

Andar por Tiradentes é uma desafio para as juntas de qualquer cristão. A cidade mantém o calçamento de séculos atrás. Saindo de São João del Rei há dois caminhos (fora a Maria Fumaça): pela BR 261 ou pela Estrada Real. Sim, ela ainda está lá. Versão tupiniquim da Via Appia, ela alterna trechos passáveis e trechos nos quais as suspensões e pneus dos carros são postos à prova. Meno male que a cidade seja pequena, pois é melhor andar a pé. As pedras das ruas, rústicas e sem qualquer acabamento, foram meramente enterradas e assim mesmo elas estão e ficarão. A arquitetura é aquela conhecida. Há um casario muito bem conservado e, como em Pirenópolis, Goiás, uma pousada em cada esquina. Escolhemos uma chamada Pé da Serra, que tem esta vista:

OK. A da igreja é preciso dar uma esticada no pescoço e no olho, pois essa foto foi tirada com uma lente de 300mm. A foto do alto mostra a Serra de São José em todo o seu esplendor. O pessoal da pousada nos colocou num quarto de frente para essa vista. A sala de café da manhã também é virada para esse lado.
Quando entramos na Estrada Real, passamos por este marco:
Este é o Marco Inicial da Estrada Real. Há outros, menores, espalhados ao longo da estrada.
Na manhã de hoje fomos ao bairro do Bichinho, dar uma sacada no artesanato, mas nada nos animou. Vendem por lá o que vendem por aqui. Fica-se com a impressão de que a fabricação do artesanato é centralizada e as lojas distribuem. Não há sequer diferença de estilos. Mas hoje em dia é assim em tudo quanto é canto. Em João Pessoa não foi diferente. No caminho para Bichinho, paramos no Museu do Automóvel da Estrada Real. Muito bacana com exemplares muito bem conservados, incluindo uma celebridade: um FNM com o qual Chico Landi chegou em segundo nas mil milhas brasileiras do ano... fico devendo.

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