Jean Carlo Schulz - 1969-2010

Perdi um grande amigo, um irmãozinho.
Parece que foi ontem, no meu primeiro dia de aula. Terceira série, cidade nova, escola nova. A primeira conversa foi com ele. Nascia ali nossa amizade. Éramos muito diferentes. Opostos até. Ele, extrovertido e bonachão, não tinha dificuldades em fazer amizades. Sempre de bem com a vida, não me lembro de vê-lo bravo com alguma coisa ou alguém.
Com ele aprendi a andar de moto, a ouvir rock. Aprendi o que é ser amigo. Éramos melhores amigos. Assim eu o considerava.
O tempo passou e a gente se separou. Mudei de estado, para estudar, mas ainda havia um certo contato. Ele nunca foi muito de escrever, não era a praia dele. Certa vez, para me sacanear, escreveu uma carta em papel higiênico. Dos mais vagabundos. Sacaneei de volta escrevendo uma em folhas soltas, fora de ordem.
Finalmente, por mudanças de ritmo na vida de todos nós, por falta de atenção até, sabe Deus, perdemos contato. Isso foi lá pelos idos de 1989. Reestabelecemos um breve contato em 1994. Depois disso, mais silêncio. Fui para o exterior, minha vida virou de pernas para o ar, mas a lembrança daquele branquelo brincalhão e de sua família maravilhosa nunca me deixou. Finalmente, em 2007, graças à internet, reestabelecemos contato. Houve trocas breves de e-mails, mensagens e chats pelo Orkut. Sabia que a vida não andava lá muito boa para ele. Algumas coisas ruins vinham acontecendo e ele por vezes ficava estranho. Mas vez por outra o velho e bom amigo dava as caras.
Não sei explicar porque nunca conversamos por telefone. Eu, o velho procrastinador, ficava sempre deixando para depois. Recentemente, depois de mais de vinte anos, reencontrei sua mãe e irmãs, a quem considero mãe e irmãs minhas. Ficou a promessa de não mais perdermos contato. Ficou pendente uma reencontro com todos. Prometi que ligaria para ele. Procrastinei.
Falhei com você, irmãozinho. Agora, deixo minhas palavras aqui. Algum dia vou bater com você aquele papo que sempre ficou para depois. Vai com Deus, alemão. Ficam sua memória e a saudade.

Comentários

Anônimo disse…
Ton...só poderia vir mesmo de você uma homenagem tão linda!!!
Te considero muito.
Beijo grandão mano de coração.
Jeane
Anônimo disse…
O Lorinho foi meu primeiro amor...rss..de criança mas foi. Melhor amigo do meu irmão mais velho...
Tá muito difícil lidar com uma situação nova e desse tipo. Afinal, ia acontecer um reencontro. Tinha muita saudade envolvida...agora essa distância relativamente definitiva. Definitiva aqui pra esse dimensão. Mas o que me conforta é saber que estarei junto de vc e aquele reencontro vai rolar. Amo vc pra sempre...desejo toda luz pra vc!!
Drica
Anônimo disse…
meu grande amigo fiquei sabendo apouco tempo da noticia estou muito triste vc era um grande amigo agente teve uma amizade boa apesar ter perde o contato mais sempre pensei em vc mais eu vou sempre horar por vc pedi que vc encontre muita paz no seu coracao fique com DEUS meu amigo do seu amigo MANOEL FERRO.

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