Tecnologia e a volta ao passado
Esta foto, tirada com minha adorável Canon A590is digital, de 8.0 megapixels, mostra minha não menos adorável Pentax P30t. Manual. Sem autofoco. Sem motor-drive. Anacrônico? Not so fast. Prova de que o mundo moderno ainda guarda lugar para velhas e boas invenções, as câmeras "de filme" resistem bravamente. Ainda podem ser encontradas por aí. Outro dia vi um anúncio em loja de São Paulo, oferecendo uma Nikon FM2 por módicos R$ 2 mil. E os filmes? Alguns fabricantes chegam ao ponto de fabricar apenas filmes preto e branco. Há alguns anos me lembro de ouvir os sábios e entendidos de plantão decretando o fim do vinil. Não aconteceu. Não só o velho e bom LP não desapareceu como fez um retorno triunfal. Hoje, todo artista que sabe de alguma coisa, certifica-se de lançar seus novos álbuns também no velho e flexível formato.
Mas o que nos atrai nessas "velharias"? Os defensores do vinil dizem que o som digital é ruim, sem profundidade, sem cor, sem alma, sem nada. Exagero, lógico. Não defendo as velhas tecnologias ferrenhamente. Não. O novo é bom, e é bom que ele exista. Sem renovação o mundinho velho nosso de cada dia ficaria bem chatinho. Não à toa, minha coleção de CDs já passou de 1.000 há tempos. O que me atrai na minha velharia fotográfica é a sensação de solidez, só encontrada em câmeras digitais profissionais. O som que faz o obturador quando aciona a cortina e esta se abre e fecha é inigualável. Parece uma guilhotina. Sim, é chato não ter como ver as fotos na hora, nem como ter certeza de que saíram como se pretendia. Mas...a hora do clique é a que mais importa. Meu êxtase fotográfico acontece no clique. Se a foto ficou legal, é a recompensa.
Portanto acho que a mensagem aqui é: não existe velharia, nem tecnologia ultrapassada. Tudo pode ser gosto adquirido. Bom fim-de-semana.
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